sexta-feira, 25 de março de 2011

' Se eu tivesse um amor '

Se eu tivesse um amor queria que fosse forte.
Se eu tivesse um amor, queria que me olhasse como sou e não como queria que eu fosse.
Se eu realmente tivesse um amor, me entregaria em verdade. Alma e coração!
Se eu entendesse que já tive um amor, talvez sofreria menos.
Será que perdi?
Será que não soube amar?         
Será que tudo foi em vão?
Onde está a luta?
De onde vem a força?
Quando chegará dona felicidade vestida de branco?
Se eu tivesse um amor não questionaria tanto. Viveria mais!
Se eu tivesse esse amor bem perto tentaria abrir-me mais.
Se eu gostasse de amar talvez corresse atrás.
E se não corro em direção a esse amor quer dizer que não amo?
Quem dita a regra?
Quem fala a verdade?
Quem é puro?
Bom, na verdade queria um amor que fosse puro.
Queria encontrá-lo. Mas se eu o achar seria um acaso ou sorte? Sorte? Risos
E todas as palavras? Pra onde foram?
E o amor que me tinhas? Era pouco e se acabou?
Mas e hoje? E depois de tudo? Poxa que pena!
Se eu tivesse meu amor…
Cuidaria mais!
Amaria mais!
Falaria eu te amo!
Ouviria mais!
Cantaria mais!
Beijaria menos!
Entenderia melhor!
Seria mais amigo!
Mais irmão!
Mais família!
Sentiria o beijo!
O toque!
A cor!
A força!
A graça
E a dor!
Porem depois que tudo passasse diria que valeu apena!
Que sorte a nossa heim?

quinta-feira, 24 de março de 2011

Definitivo '

Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas 
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um 
amigo, para nadar, para namorar. 

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os 
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas 
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Por que sofremos tanto por amor? 
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma 
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez 
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. 

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um 
verso: 

Se iludindo menos e vivendo mais!!! 
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida 
está no amor que não damos, nas forças que não usamos, 
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do 
sofrimento,perdemos também a felicidade. 

A dor é inevitável. 
O sofrimento é opcional...


Carlos Drummond de Andrade.

sexta-feira, 4 de março de 2011

- -

É tão estranho
Os bons morrem jovens       
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais
Quando eu lhe dizia
Me apaixono todo dia
É sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse
Eu gosto de você também
Só que você foi embora...
                      Cedo demais!
                                   Eu continuo aqui
                                             Meu trabalho e meus amigos
              E me lembro de você
                      Em dias assim
                        Dia de chuva
                     Dia de sol
                 E o que sinto não sei dizer...
         Vai com os anjos
Vai em paz
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez...
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais!
E cedo demais...
Eu aprendi a ter
Tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu que tive um começo feliz...
Do resto não sei dizer
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você está bem agora
Só que neste mundo
                                                 O verão acabou.
                                                                          Cedo demais!